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Notícia

Liderar pelo exemplo

Liderar pelo exemplo é expor seus valores para si, para a equipe, para a organização e para sociedade, é influenciar através do efeito espelho positivo

Você gostaria de ser liderado por você mesmo? Existe coerência entre o que você pensa, o que fala e o que faz?

Estamos diante de um momento de ruptura de modelos e a liderança tem uma importância grande nesse contexto. Mas, afinal, qual é o papel do líder?

Conectar. Conexão, não apenas com a mente, mas com a emoção das pessoas.

Exercitar a inteligência emocional e entender o poder de influência que as emoções exercem nas pessoas. Pesquisas recentes mostram que os liderados procuram no líder uma relação de apoio emocional, procuram clareza nos momentos de incerteza, ameaça ou mudança, são guias emocionais da equipe.

Estudos da neurociência comprovam que nossa estabilidade emocional depende muito das relações com as outras pessoas. Percebemos isso claramente nas relações sociais e familiares entre pais e filhos, início de namoro, um happy hour com amigos. O British Medical Journal tem publicado com freqüência resultados de estudos referentes ao efeito das emoções na saúde de pacientes e mais interessante, a reação dos pacientes em função as emoções transmitidas pelas pessoas que os visitam, um exemplo interessante são os efeitos em pacientes internados na UTI, que tiveram na pressão arterial e nos níveis de secreção dos ácidos gordos (que bloqueiam as artérias) uma melhora significativa quando se viam na presença reconfortante de outra pessoa.

Outro dado interessante é que a taxa de mortalidade dos homens de meia idade que vivem socialmente isolados e que passaram por três ou mais incidentes graves (divórcio, perda de emprego, morte de algum ente querido, perda financeira) no período de um ano triplica em relação aos que cultivam relações fortes e presentes.

A circulação de sinais emocionais de uma pessoa para outra que pode alterar os níveis hormonais, a função cardiovascular, o ritmo do sono e até a função imunológica do corpo da outra pessoa (altera nossa fisiologia e nossas emoções).

Outro apontamento feito pelo mesmo jornal demonstrou que pessoas com ritmos diferentes colocadas na mesma sala, ficam com seus perfis fisiológicos espantosamente semelhantes em aproximadamente quinze minutos. O mesmo aconteceu quando foram colocadas pessoas que não se conheciam e com ritmos diferentes na mesma sala, porém sem que houvesse a comunicação verbal, ficavam em silêncio, apenas demonstrando suas emoções através de sinais não verbais, o resultado foi ainda mais espantoso, a semelhança de seus perfis fisiológicos aconteciam não em quinze minutos, mas em torno de dois minutos.

Imagine as alterações que vivenciamos em nosso ambiente profissional, quando um colega chega feliz na segunda-feira, ou quando outro chega infeliz, o que acontece quando o humor do chefe não está lá essas coisas, ou quando um auditor está presente. Pois é, essa mesma pesquisa realizou um experimento com 70 equipes diferentes em reuniões de trabalho durante o período de duas horas e os resultados foram muito parecidos. É impressionante o quanto somos influenciados pelas emoções das outras pessoas.

Uma pesquisa realizada pelo Instituto Gallup com dois milhões de empregados em 700 empresas revelou o efeito negativo da circulação de sinais emocionais de uma pessoa para outra no ambiente profissional, fazendo a correlação entre mercados aquecidos x duração de relação laboral e uma das conclusões foi a seguinte: Profissionais que têm através do líder uma circulação de sinais emocionais negativa tem uma probabilidade 4 vezes maior de trocar de emprego do que aqueles que têm uma circulação de sinais emocionais positiva em consideração ao líder.

As pessoas aderem às empresas e abandonam os líderes!

Outra pesquisa realizada pela Hay Group sobre o desempenho de líderes levando em conta dois indicadores: lucro e crescimento da empresa apontou a presença da inteligência emocional como fator decisivo para os líderes que demonstraram melhores resultados em relação aos dois indicadores.

Os líderes de maior sucesso passavam mais tempo a orientar seus colaboradores, a desenvolver o espírito de colaboração e a articular relações pessoais, com isso, a circulação de sinais emocionais positivos entre os colaboradores desses líderes e conseqüentemente entre a equipe era evidentemente maior, o que tornava o ambiente profissional melhor e propicio ao bom desempenho.

Não satisfeitos com os resultados, os pesquisadores decidiram ouvir os colaboradores, e eis as conclusões: os colaboradores desses líderes sentiam-se donos do negócio e responsáveis por ele. Tinham mais energia, noção de prioridade, orgulhavam-se do trabalho e do ótimo clima organizacional.

A questão é: Quem vai influenciar quem?

O grau de consciência do líder em relação ao impacto da circulação de sinais emocionais entre as pessoas de sua equipe e claro, de sua equipe em relação aos clientes pode fazer muita diferença em seus resultados.

Será bem sucedido o líder que tiver firmeza em cultivar a generosidade, aquele que liderar genuinamente, com base em valores claros, compartilhados e inspirar pelo exemplo. Líderes íntegros e focados em resultados têm grande chance de diferenciação no mercado. Quem inspira confiança pode exigir mais, e consegue êxito em processos complexos.